Às fugas, traços, máscaras,
matéria-prima dos espelhos
verdades do rosto.
Às faces, aos famintos
e cansados espelhos oferecer
para que eles estilhacem ou multipliquem
até que máscara definitiva
identifique
entifique o id.
(em holocausto ao duplo)
em átimos secretos fluir-se
como fênix volúvel invencível
e das cinzas dos labirintos
dos ossos de suas sombras
erguer janelas
a touros avaros da vida.
(poema a Europa)
Para muitos só o inesperado há
momento dentro e fora do tempo
que nos esmaga, consome, retrata
T.S. Eliot
Todo o presente é imprevisível.
O futuro podemos sabê-lo
nunca o momento
de que somos testemunhas
nunca desvelamos.
Só o passado é certo. Futuro
a Deus pertence
sábio, dúbio, ubíquo, ladino, vidente.
Ao tempo que há de vir
e não veremos.
Nota: Só o presente significa (para o eu)
o passado pertence ao nós
futuro é do outro
(embora pertença a Deus)
O poema tem
intuição do tempo e da morte
Traz curso da vida na segunda estrofe.
É ser servo do porvir.
Enlaça-o passado
palavra presente
apresenta-o ao futuro.
Poema é ser.
Todo convés é iluso.
Ao mar que é morrer iremos.
Ufanos. Embarcados da sombra.
À semedura corrupta
da vida
à messe do céu
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