A morte é poliglota, fala
todas línguas da dor
catedrática em desespero
com PHD em último sopro.
Movem-na visões de absinto
e cedro libidinal.
Voluptuosa (e natural) anseia por anjos de trigo
deseja coisas encardidas e jovens
da geração perdida
atento sabe que seu triunfo
habita ruínas. Ostenta tregédias.
Do morto, olhos incessantes sabem
do rigor de tigres, da carniça de pássaros.
Quando cessar o sal do coração
terra invadirá o rosto (basaltos o nele demorarão)
a morte reinará soberba
com seus ácidos gulosos e senis
guardados por mantos de treva oblonga.