Invasão! Caravelas no horizonte!
Por usura
(e lusa omissão)
A Holanda se fez dona
Do Arrecife
De Olinda destroçada
E da terra nordestina.
O marnosso foi domado
Pela brava nau batava
E a gente pernambucana
Tornou-se pó e escrava.
A claridade das baterias
Abatei a manhã
E labaredas
Serviram de luminária
À marcial alvorada.
Aqui eles buscaram
Ouro e açúcares.
E esperavam recebê-los
Por fineza zelosa de vassalo.
Ao invés de víveres
A morte os barcos traziam
Com fardos de sujeição.
Com suas cargas de noite
As naves de Holanda
Mataram o amanhecer.
A não ser o sol – Nassau
Vinte quatro anos de incessantes
Trevas nos habitaram.