O leitor de poesia – por vício ocupacional
Do texto parnasiano (sobrevivente inusitado)
que aqui se chamou de romântica
tende (ou continua) a procurar conceitos
no poema e não imagens. Então, quebra a cara.
Escorrega, desliza pela página como um parque
Aquático
Passa ridículo. Segue em, branco, longe da verdade.
Por isso a poesia detém sua verdade.
Ínsita, soberana, peculiar (apodítica).
A atitude desse leitor ignato
É decifrar conceitos (e se embasbacar com imagens)
Descobrir definições, fechar silogismos.
É viciado em exegese, como um advogado. Por
Instinto ou definição.
Busca o sabor da ostra poética
Sobre a crosta. O acepipe lógico.
O bônus gramatical. Coitado!