Para que o sal siga seu percurso branco
E a messe não desponte esquinas
Para que a vida diária da ira endêmica ou dourada se desespere
Para que a vida colérica da larva alvará ou fálica morra (?)
Para que pássaros voem a ciladas
Ou como chumbo caiam nas calçadas sob dobre inútil
(para que o pó de cravo e canela os console
Ou cubra o cinamomo seu voo imóvel para a morte) (?)
Para que as vísceras dos ancestrais resistam
E o rumor dos semestres não impaciente senis (?)
Para que os manás das manhãs continuem
A cair dos céus na boca dos infelizes
E contaminem a náusea dos agonizantes (?)
Para que nascentes de bem-te-vis abram-se
Em copas carnosas, em unguentos, babosas
E despejem cores imperecíveis sobre enlutados (?)
Para que o rosto das andorinhas de março nunca morra
Nem adormeça a claridade dos beijas-flores diários.