Ela vem do levante, de opalescentes
Luzes de madrepérola nascente aureolada
De agonizantes jacintos coroada
Adestrada por bem-te-vis gentis
Junto ao rosto bando de rosas
Vem abrindo botões carmins
Autorizando desabrocharem pássaros de seus lábios
Preparando alvoradas de jasmins
Azafama de cores derramada do jardim.
Com elas chusmas de luz copulam com aves viris
Nas águas de marfim do amanhecer
E os céus como imensos potes côncavos abrem-se
Em lentas copas de perfumes perfeitos
À sua majestosa passagem tremem escuros
Madressilvas beijam-se, andorinhas sonham, a tristeza chora
Quando ela passa, magnifica de carne os espíritos.
Quando ela chega arcos de violinos fluem
Da veia escura vem luz e música
E ela passa sob curva triunfal de arco-íris
Entre ambrosias que gritam
E seivas que se levantam
Dos úmidos gestos de alegria
Fervilhando cânticos de lenho ao céu do lume.