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Sex, Abr

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Ela vem do levante, de opalescentes

Luzes de madrepérola nascente aureolada

De agonizantes jacintos coroada

Adestrada por bem-te-vis gentis

Junto ao rosto bando de rosas

Vem abrindo botões carmins

Autorizando desabrocharem pássaros de seus lábios

Preparando alvoradas de jasmins

Azafama de cores derramada do jardim.

Com elas chusmas de luz copulam com aves viris

Nas águas de marfim do amanhecer

E os céus como imensos potes côncavos abrem-se

Em lentas copas de perfumes perfeitos

À sua majestosa passagem tremem escuros

Madressilvas beijam-se, andorinhas sonham, a tristeza chora

Quando ela passa, magnifica de carne os espíritos.

Quando ela chega arcos de violinos fluem

Da veia escura vem luz e música

E ela passa sob curva triunfal de arco-íris

Entre ambrosias que gritam

E seivas que se levantam

Dos úmidos gestos de alegria

Fervilhando cânticos de lenho ao céu do lume.

Murilo Gun

 
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