(FRENTE)
Do limiar de pássaro projeto
Meu voo ao Averno
Minha lídima vinda ao inverno
Meu périplo direto ao acervo
(dos ossos das utopias e dentes combalidos do ardor)
Meu ir para o que volto projeto
Para o quando do rosto acordo
Enquanto manhã agoniza olhos
Sobre tratado monetário debruço
Último juro e injúria usurária
Compêndio do absurdo
Ao lado do leito coalhado de solidão
Arrumo com a lentidão dos gestos finais
E jogo o resto do devaneio (e dúvidas que sobrarem).
VERSO
Parâmetro de meu porvir de prata e dano
Vive da escavação de meu ego tíbio
Financeiro (e culinário) a pastar o abrupto
Além de viver da ração de orgasmo diário
A ouvir a dor vir do interior para o horizonte de si
Exterior que violenta o lírio, a alma, o sono
E joga-os contra as jazidas esquecidas do sal
Onde átimo de seiva cavo
Para adubo íntimo do mundo
A tudo devoto o nome alicerce vital onde
Sílabas esculpo com hiato e buril, túneis pronuncio
Para fortaleza do ânimo em ruína
E termino por enterrar o sono no lençol de pedra do id
Que é meu pronome final.