Leveduras de ser, vargens, vozes, veludos
vozerio de gafanhoto e navio
primaveras adiadas, lacustres andorinhas
excrescências brancas, vultos de Dali
elefantes líquidos, relógios moles
quistos bem sebáceos, cancros volúveis
sonhos duros e manteiga da lua.
As flores das chagas se abrindo
como aborto de rosas carnívoras
ou luas desabrochando como espuma branca.
Açoites, cravos, espíritos
madeiros avermelhados e espinhosos.
A obscena redondez da moça.
Sais circulares e hostis verões
sutis aves de chocolate ímpio
enovelados pássaros noturnos
como anel espichados
as bordas superiores insubornáveis
dos abismos metafísicos
transbordante volúpia, gozos nada físicos
as cavidades inóspitas do corpo invadidas
agasalhados lírios e ceifados jardins
de rosas incólumes e sangrando
como o fim.