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Qua, Abr

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O signo significante (de Deleuze) é algo completo. Não é só face da moeda da comunicação. É um todo, um como fragmento íntegro.

É aquele que dá forma à expressão e não forma a conteúdo, isto é, expressa algo e não formaliza o discurso conteudístico, ou seja, não chega a significado. É signo se relacionando ou se remetendo sempre a outro signo (e nunca ao objeto, conceito, referência). Não há estado ou coisa que designe, nem objeto que ele signifique, mas apenas “somente a relação formal do signo com o signo enquanto definidor de uma cadeia dita significante” (Mil  platôs-Deleuze e Guattari).

            Esse signo tal torna-se significância. Toda e qualquer denotação por ventura existente integra automaticamente a conotação (torna-se conotativa). O designável não é significável, mas designa a si mesmo (redundantemente) e se esgota nisso, nessa circularidade. O signo redunda em signo. E nada designa.   

            O significado é o poema. Não há movimento de dentro para fora. Apenas de fora para dentro. Centrípeto. A prosa é que é centrifuga. Não sai ou/e volta, assume forma de verso, de recomeço, de vai-e-vem. Tudo se resume e se completa no poema. Não transita. É intransitivo.

            Qualquer conteúdo no signo (tal) se dissolve. Não resiste. É irresistível o poema. Só significa. Mas não o quê? Não há necessidade tal. De dizer. O quê?

            O significado é o significante. E não o inverso. É em verso.

            O significado é o primeiro que morre.  No poema que seja poema.

Murilo Gun

 
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