Dos úberes da noite, bebo prodigiosa vertigem
Sugo vertiginoso ego e anulo. Vou
a nus recônditos de mim, à luz do verbo noturno, sigo cego ou não.
Onde o espanto apuro.
No obscuro da palavra, em seu eito breve
e profundo como o espírito, encontro
luz diferente que brinda à vida, em taças de veia.
Límpido deslumbramento me consome
e não empobreço, mas me retenho
qual ouro de gruta imortal, qual brecha rósea
que sêmen explore, pois de velhos prazeres
e trevas oraculares vive o poema
à gravitação do verbo absoluto do mundo
e não resiste a página. A noite
abre meu rosto, a ela expiam os olhos.
Se a infatigável perda não demora
atiço os vórtices e as náuseas de verbo atiço.
Se não tenho olho celeste, se estrelas
de mim debandaram, tenho a distância
e o poema guia exato cão de palavras. Além
do vértice de um poema geométrico, em que subo
acrobata geométrico do trapézio vazio da vida.