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Sex, Abr

destaques
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Dos úberes da noite, bebo prodigiosa vertigem

Sugo vertiginoso ego e anulo. Vou

a nus recônditos de mim, à luz do verbo noturno, sigo cego ou não.

Onde o espanto apuro.

No obscuro da palavra, em seu eito breve

e profundo como o espírito, encontro

luz diferente que brinda à vida, em taças de veia.

 

Límpido deslumbramento me consome

e não empobreço, mas me retenho

qual ouro de gruta imortal, qual brecha rósea

que sêmen explore, pois de velhos prazeres

e trevas oraculares vive o poema

à gravitação do verbo absoluto do mundo

e não resiste a página. A noite

abre meu rosto, a ela expiam os olhos.

Se a infatigável perda não demora

atiço os vórtices e as náuseas de verbo atiço.

Se não tenho olho celeste, se estrelas

de mim debandaram, tenho a distância

e o poema guia exato cão de palavras. Além

do vértice de um poema geométrico, em que subo

acrobata geométrico do trapézio vazio da vida.

Murilo Gun

 
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