Ínvios navegantes em sóbrios barcos
do faro de evos portulanos
(ou de gentis damas putas orvalhadas)
dobrarão cabos, angras moverão
e além dos entrepostos
depositários de insacros
repositório de conspícuos arredores
era a paisagem
de vislumbres e premonições prenhes
provedores de conchas
para o mar de basalto
surgirão
de areias encasteladas
e de cartas náuticas sem fôlego
partirão estrelas e carcaças.
Boieiros de sal
rodas de proa circuladas
da alma do mogno
voos vivos e uivos marítimos
tudo se prostará à visão
do poeta
como servo de seus olhos inapetentes
e oleiros que rasgam
pátios e ondas de barro
em negros cachos torna
a argila da taça
a esses marinheiros do sal
se juntarão para
o espetáculo final
do apocalipse de água.
Tempo de véus e naus reunidos
para a morte do tempo
que eles modelaram e navegaram.