de luzes oblongas
e límpidos alumínios
construída
a Rogério Generoso
(poeta do por vir)
Noite de cavalos cristalinos
de punhais insones, perversões em riste
de cacos da infância apodrecida
a noite de mim
de erráticos egos coagulados
e degoladas bandeiras
fincadas em pódios inflados, intestinos
sobre os pregões da alma demolida
a noite enfim do poema rasgado
da infâmia jamais desmentida
de homens especializados no dissídio do espírito
cujo rumor de infância brota da sarjeta.
Noite nua ilha de impurezas senis
noite minha ( incivil e falsa
como uma rua mercenária
que leve ao coração escuro da usura)
mas noite minha (em cujas recônditos sujos
me demoro, desiluminado, ínfimo, estabelecido
como um poste na avenida principal)
noite minha, máscara onde debruço o rosto
ante lua de próstata impura
onde nem uma folha de estrela
na relva do céu acena.
Noite cadavérica, inconclusa
percorrida de abandono
escoltada de sombras nuas
noite minha.