Por mais que o tempo não fuja de mim
em debandadas horas
abandonem-me as veias (e capilares horários)
ou percorram meu corpo
endiabrando-se pelos ínvios
caminhos da mente (saltos
e cachoeiras de sinapses selvagens
estremecendo-me a alma
que acredite em édens)
e se imiscua da carnadura das idades
como o sangue de um soneto
ou de hecatombe cem agonias
(decretando a sucumbência do coração)
resta algo a perder sempre.
(Este poema que continua
na próxima página
foi composto após
o sétimo uísque com gelo (single malt)
no numinoso terraço em ele
da casa da montanha)
(Gravatá / 1999)