5.5
Baías se afogam no próprio estrato
musgos se engasgam com feldspatos
bombas bebem sais de nitrato
perfumes endeusam o átimo das narinas
antros prismáticos de obscuros aromas
cicatrizes de estrelas, betumes solares
escuras feridas iluminam
maestros encarcerados
à luz de violoncelos e guitarras ígneas
procuram a saída
tocam a fuga
violam sinfonias
que títeres anunciam à beira de suas piras.
O sangue inacabado das semifusas
grito das pautas, o que o id salmodia
e a seiva obscura dos sulfatos
abolem significados vazios.
Ruínas ressoam, lumes se extinguem
luzes oblongas (dos poros anoitecendo)
poros que tremulam cabem no poema
enquanto arqueologias sonham
com fêmures enterrados em setembro
nas covas do poema.