Meu corpo mergulha profundamente
em árduos rios de glicose e palavras
está cravado meu corpo sobre temor
sobre cântaro de eco quebrado
e morto arredor
os contornos do meu espírito são vazios
(e bem vaga a alma)
e tristes amestrados pelo cansaço
como o éter faminto do sono
alquebrado morro antes que a manhã acorde meus olhos
antes que o rosto termine antes
que o pássaro encante os campos
vijo sob o céu solitário novilho
rumino os aminoácidos do instinto
ante estátua do tomilho busco
ávido e brusco abrigo, guarida
para meus tormentos e suspiros
dos lábios da aurora pálido fulgor recebo
e desprezo enquanto sombras
do meio-dia agudizam alma vândala
e frio organizo os leitos crassos da aurora
que meu olhar moribundo acabrunha
e crepúsculo ofereço
ao pranto da terra e do meu
eu escuro, exijo da indecente morte
esperança enquanto o longe chorava
vi o sono dos sulcos abrir-se
e assisto à aridez da alma e comunhão
do confim com a aurora.