Leitor não moderno, antigo (relativo), da laia que pulula aos montes por aí, declara de logo que só é necessário (a seu espírito parco – ia escrevendo porco) o aparente, a máscara das coisas, o que apareça a seus olhos pequenos, ou seja, o medido imediato, dado não construído.
Interessa-lhe, vale aquilo que é claro e fácil. Detestando – de pronto, tudo o que seja difícil. Posto que, possivelmente, sua pouca inteligência falte ante texto pouco mais complexo. E para manter sempre o parco nível inteligente tal leitor (antiquado) evita leitura estranhas (como a tal da poesia absoluta). E ele, este leitor (ou metade de leitor ou pessoa de mente cerceada e espírito bloqueado pelo fácil) – que são milhões, não está errado: está sim, defasando do mundo, fora dos acontecimento, tipo zombie que vê só dois palmos e meio além do nariz. Por isso, no Brasil, se elege político de qualidade duvidosa, em quantidade suspeitosa, por excesso.
A esse tipo (típico) leitor tudo o que seja (em poesia, filosofia etc) difícil, complexo, tudo o que não seja apanhado de um vago olhar, o mediato é-lhe indiferente (ou são-no, tanto faz). E por efeito nocivo. Daninha a sua mente fraca.
A ele (esse) só interessa (a esse leitor limitado) o preconceituoso, o modelo velho, a coisa mastigada (cuspida ou não, tanto faz), velharias usadas já inseridas em sua (dele) mente dominada (ou esvaziada). Em se tratando de poesia, só aceita rima (rica, pobre, remediada), tudo sujeito às férreas leis da lógica versificatória, tudo escravo da mais rígida sintaxe (embora não saiba o que seja bom isso de sintático). Num poema, ele só vê isso: rimação correta e medida exata. Cálculo de som e verso. Eis o absurdo dos absurdos mais idiotas: só o que se pode subsumir a leis de trena e rima, à legislação da versificação vigente desde o século XIX, é reconhecido como poema!
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