Primoroso trabalho de Jovenildo Pinheiro, Sertão Sangrento aborda o cangaço sob as luzes da História Social e se apropria de ferramentas epistemológicas para
fundamentar as origens do cangaço, fenômeno social que envolveu os sertões nordestinos do final do século XIX até a década de 40 da centúria seguinte e que não teve apenas um motivo determinante para seu início como muitos afirmam.
Longe das abordagens autoditadas e factuais, e sem se preocupar em questionar se cangaceiro é bandido ou herói, Sertão Sangrento tem bases fincadas em sólido instrumental teórico ao abordar tema de tamanha complexidade como o cangaço e seus desdobramentos históricos. Sertão Sangrento é consequência de uma pesquisa realizada por Jovenildo Pinheiro, na área de História Social, para obtenção do título de Mestre em História, pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.
O qualificado e profundo, intenso e extenso trabalho do Professor e mestre em História Social, Jovenildo Pinheiro (companheiro de lutas nos idos de 60, amigo fraterno e “cérebro” do grupo de jovens carregados de utopias em 1967, 1968, exilado por mais de dez anos, firme, resoluto, inteligente companheiro de quem muito aprendi para a vida), aborda desde a resistência indígena (que se expressou no genocídio colonizador de quase cinco milhões dos habitantes legítimos, autóctones, os nossos bravos e heroicos índios); aborda o Quebra-quilos, Canudos, Coluna Prestes, Jesuíno Brilhante, o Robin Hood dos sertões, Antonio Silvino, Sinhô Pereira (o homem que comandou Lampião); toda odisseia sertaneja e árida, espinhenta, caolha, caatingada (e o sertão quase vira mar), Coronel João Nunes, a batalha de Maranduba, tudo sob o preciso e crucial bisturi do historiador ao dissecar séculos de luta do povo brasileiro.
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