25
Qui, Abr

destaques
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times

A ira é o dom dos raivosos.

Embora ira cure, sua posologia mata.

Embora não seja frígida, não é prescritível.

Ira não prescreve, nem vence ou perde.

A ira tem um irmão maior: o furor.

Ira dispensa educação. É autodidata e indecorosa.

A ira torna árido o coração.

A ira da turba é turva.

Nunca ature ira, devolva na medida.

Ira cívica pendura

títeres pela mandíbula. Ou cunha.

E comemora furiosa vitória.

 

Ira é cara, custa às vezes os olhos da cara.

Ira cega não se vê a si mesma.

E muito custa para quem dela seja escrava.

Ira nunca pode ser exata, a ira não é matemática.

Toda ira é desmedida. E soberba.

 

A ira não é avara e famosa

por ser desmesurada.

À ira irás, leitora tola, se não saíres

do estado de cólera que teus olhos declamam.

 

A ira é ácida e sua espuma salgada.

 

No meio da ira encontra-se a raiva

esperando para acompanha-la.

 

A ira é longa, a arte fraca. E o furor ara.

 

Ensoberba-se e irado apotegme a mim de volta. Ou proverbie.

Aforismo raivoso lance sem escrúpulo

a quem te estenda a mão bondosa.

 

Ir à ira? Não vás!

{jcomments on}

Murilo Gun

Inscreva-se através do nosso serviço de assinatura de e-mail gratuito para receber notificações quando novas informações estiverem disponíveis.
 
Advertisement

REVISTAS E JORNAIS