Ângulos noturnos escavo
do barro dos fragmentos
com esquadros de tempestades
e ímpetos de ternura
elaboro sílabas e mapas
(portulanos acossados por mentiras?)
para o coração do verbo
(pelo guia cego da mão vou ao céu da página)
fogo de vidro cravo no limo da lauda
almejo onde pocilga de estrela abre
a hora da pérola perda menor do amor
sonho onde as cloacas de encontram
(assembleia de estrume e esperança)
a lâmina do açor aponto
ao gume arcano da palavra
(não para que o lamento ou grito
da águia agudize e viceje).
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