Todo sentido se perde e regressa ao nada
o edifício de palavras que bálsamo
da rima amacia e confina
e deuses compassivos não endossam
porque na outra margem do tempo vive a dúvida
e fel da conjura ou mel abstêmio não desistem
ou quinquilharia do urro ou astúcia do verbo
ou o surdo eco pousado na garganta do grito
jamais se eivarão do manancial do silêncio
que incontenha a música do fim.
E nada ficará sem resposta para sempre.
Nem os vitrais cegos da cidade
ou os rios urbanos apodrecidos
nem as formas infecundas de sempre
ou mirabolantes histórias sentimentais.
{jcomments on}