Rio banhando-se na óbvia e crua sombra
da folhagem
exuberantes matizes exibindo ao mundo
borboletas mágicas néctar arrulhando
nuances vermelhas no ar depositadas
rodopios de cascatas de bem-te-vis
profundos
à tona do tempo colhidos
pelos invisíveis olhos humanos
vis céus indolentes e cerimonialmente brancos
testemunhando aurora que se esgueira
entre pássaros e dedos rosados
o mundo prenhe de sol
de prolífera garoa assaltado
olho os que me amaram ontem
seios que escalei entumescidos árduos
meço pecados e milagres
do verão em brasa a carne
e o espírito que
gritos da relva deixaram
na folha do livro aberta em copas tristes.