A vida, para mim, é igual a morte
a riqueza é igual à pobreza.
Quanto aos humanos
não valem mais do que porcos.
E considero-me igual a todos.
Long chou
Onde habite o descalabro
onde o olvido se debruce
e espanhas prosperem
(ou a esfinge reviva suas devorações
quando a quimera e seus palpos
estopas e trapos tremam sobre jamais)
onde viaje o olhar trêmulo do parágrafo
onde a culpa luza (e brasileira) como fera
e a claridade jugule o improvável
emerja o nojo, brote o vislumbre
morta a página à luz de cópulas de palavra
à sombra de conectivos e vírgulas adversativas
ressurja a oração educada, o período apto
a ser objeto de lisonjas acadêmicas
a ser projeto de novelas rocambolescas
romances intestinos, ficções de fraqueza.