De que são feitas as últimas vontades?
Que cimento rege seus edifícios
que esfinge doura seus mistérios?
Qual o seu teor último e vário
qual a substância perpassa seus traços
que enigmas habitam seus lampejos fátuos?
Que matéria as alicerça, além da carne datilográfica?
Que fim ou modo caligráfico as ordena e percorre?
Que tintas ou tentações ungem as últimas vontades?
Que parco sopro ou trânsfuga clarão as urde
sem beneplácito das horas correntes erradias?
Que abulia mede a última vontade?
Que trena cobre distância do ânimo último à rota página?
Que sinuca, aversão ou tédio
em seus irrequietos contornos se conserva?
Que maço arquiteta última vontade e pesa
suas usuras, temores e dilemas avaros?
Que mão aquilata seu oculto traço
até que túmulo arranque selo indesejado?