Como se aportasse na aurora dos significados
e apressasse a identidade dos paramentos de seda
e os esses dessas insidiosas artes das serpentes
como se pira abrisse os braços das bênçãos
e a épura das estrelas acoitasse mônadas distantes
como se do olhar dos incêndios brotassem doze dilúvios
ou um dízimo de cruzes atravessasse o discípulo
e assim se consumisse num átimo de relâmpago
o fulgor de um dia de setembro em Recife.
Como se o alongamento dos penhores aquietasse
dúvidas famintas, bolsos endividados
como se o pão francês dos miseráveis fosse roubado
e Prometeu saísse das vísceras dos abutres
(num pulo tal qual Pandora deu ao saltar do cubo)
para a trípode podre dos estadistas beligerantes.
Como se a vida fosse um dom escuro
e o homem prosperasse sob a sombra móvel dos B-52.
Como se a taça negada ao adpto fosse de pedra
e a bênção de Deus de tório inclemente.
Como se rotineiro fosse o aglomerado de tragédias
na galáxia de nossas vidas dolorosas.