Como pompas de exéquias
é a palavra poética.
As circunstâncias
do cadáver do verbo não importam.
A datiloscopia da silaba suspensa.
A autópsia do tempo imprescindível.
O expresso exporta o sentido
para longe do páramo leitor.
Desvitalize o texto prosaico
mesmo o castre
de modo a conter paráfrase
e evitar representações... libidinais ou não
chegue ao poético veloz ou não lentamente.
Nunca se aquiesça
com poema que não seja
antiprosa de Ruben ou Parra e
como tal inexcedivelmente
ininteligível sempre.
Se há (ou caso haja) incomum
deformação de sentido e expressão
é poema, absolutamente poesia.
Sobreponha-se sobre todas
formas populares clássicas ou...
costumeiras localizadas
particulares despormenorizadas
e espécies tais de “poemas”
e chegue ao Poema sem aspas.
Não defeito, mas jaça se exige.
A mais bela forma poética absoluta
é defeituosa como o humano.
E por isso contemplável e...
implacável à recepção.
Se perfeita a forma imperfeito
o que ela diga de prosaico
à massa permissível.
Nunca corrija a forma perfeita
e o imperfeito da humana matéria.
São incorrigíveis
como a ebriedade do verbo.
Excrescências insensíveis
Permitidas por exemplo.
O poema rechaça estabelecimento
de formações perfeitas abstratas
e correcionais da matérias da
natureza geral e humana. Seriam
modelos ideais.
A ideia abstrata pura corretiva
é o inaceitável na poesia. É
a modelação apoética.
instintiva, per excellence.
Tal ideal de “beleza poética” é
estático, por anacrônico, e
portanto antiestético e
antiextático. Fincado que é
ou seja no status quo passado.
Seria o ideal circense. Ou clássico.
O modo irreflexivo é vital ao poema.
Por que é a asa do imaginário
que dá voo ao verbo.
Infância de aço da palavra.
A represa é morte.
o represamento da ideia leva
ao poema arcaico, velho, lasso.
Curso do rio do tempo estéril
leito de horas revogáveis e vagas
vagas margens inimaginárias.
Não há originalidade anacrônica
possível. Não há possibilidade
de ação artística real sobre o
contexto de uso de formas
convencionais. Não há
expressão poética real
com a utilização de
metáforas velhas.
Mesmo no arquivo púbico estocadas.