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Ter, Abr

destaques
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5.5

Baías se afogam no próprio estrato

musgos se engasgam com feldspatos

bombas bebem sais de nitrato

perfumes endeusam o átimo das narinas

antros prismáticos de obscuros aromas

cicatrizes de estrelas, betumes solares

escuras feridas iluminam

maestros encarcerados

à luz de violoncelos e guitarras ígneas

procuram a saída

tocam a fuga

violam sinfonias

que títeres anunciam à beira de suas piras.

O sangue inacabado das semifusas

grito das pautas, o que o id salmodia

e a seiva obscura dos sulfatos

abolem significados vazios.

Ruínas ressoam, lumes se extinguem

luzes oblongas (dos poros anoitecendo)

poros que tremulam cabem no poema

enquanto arqueologias sonham

com fêmures enterrados em setembro

nas covas do poema.

 

Murilo Gun

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