Por que caminhos andas
percorrendo úmidas
ruas onde não passa lua?
Por quem não fere teus olhos
turva aurora (escabrosos amanheceres de hoje)?
Por que abordas tão inaudita
senda ávida do abismo?
Por que vias flagras sonhos vis
e inóspitas entranhas da noite?
Por que arrabaldes persegues
sino de ilusão, sonhos sem cabeça?
Duma cátedra azul prado
vi basílica de cinzas justas
que me enviborou e domingo
que ela cruzou fagueira
por mim.
Devoto me emparedei mas
meus olhos bolinaram íris que passava
com o ser ao futuro passando
de meu longos e crassos abraços.
Levar deixei-me por tuas macias ancas
e renunciei a céus e sonhos
todo o crédito (crédulo) numa partida
dobrada joguei: tu e eu comungando
os corpos, as almas à fogueira sem fim.
Músicas azuis e borboletas de sílabas
e flores, e flores de ecumênicas cinzas
não me salvaram a carne inaudita.a