Quanto pó o campanário
sem sino ou osso de som acumula
ao longo de século de orações pendulares?
Quanto pó o campanário
sem sino ou osso de som acumula
ao longo de século de orações pendulares?
A poesia de Holderlin é um devir perpétuo (dixit mestre Jean Baudrillard). Que, continua: “Ela (a poesia de Holderlin) é sucessivamente – como soi de ser o bom devir dos rios de que falam os deuses e que nos banham - alta altíssima e não advém de um eu identitário que brinca de transmutação.
O sal do orvalho, as chuvas do fogo
fugas sobre teclados
lírios que alimentam relâmpagos
pátina que aniquila ouro.
Vês répteis amendoados
pele de cristal mortífero
asas metafísicas
Na realidade, Hegel dissera: vi o absoluto do espírito humano desfilar num cavalo (branco), meio de locomoção nobre, à época.
Ouro carnívoro, virótico
prata viril
caos virtual, arcaico do acaso
dos ossos, das asas dobradas
a Rogério Generoso, poeta
Aos provérbios de cerâmica
às torres de assalto
ao inerme riste das ameias
que canta o universo
ora ao cão fraterno
plumas doa à alma das coisas
embala-se no ar marinho
Partilhemos cada estilhaço de silêncio
saliência de volúpia e desencanto
(fração de grito ofereçamos a tigres mudos
para que o estraçalhem completamente
Vital Corrêa de Araújo
Tirésias viu a noites sobre noites
contemplou lumes cansados.
E olhou vísceras douradas ou facínoras.