Antes que o meio-dia tombe
e mutile a cânfora da manhã
antes que a noite com seu âmbar torpe desembarque
e disperse o turvo açafrão da tarde
Antes que o meio-dia tombe
e mutile a cânfora da manhã
antes que a noite com seu âmbar torpe desembarque
e disperse o turvo açafrão da tarde
(ou o lucro da treva)
a Odmar Braga (para quem
mandacaru é menorá)
Se cruzares com crise econômica
Quando o mundo era um todo dado pela natureza, estava o homem cercado por uma diversidade de vidas desconhecidas. Estava ele diante da terra, do céu, do sol, dos rios e mares, das flores, dos animais, das montanhas, das cavernas, das rochas, desertos, oásis,ilhas, regatos, árvores, vulcões, tremores de terra, etc.
À hora que incinera cinzas
(e devora o pó)
Atravessa-me o nu
de que é feito meu espírito parco
Corvos de treva imersos em tinas de sombras
dúbias criaturas de aurora e greda suja
sinceros círios rodeiam o cadáver sírio
oblongos céus povoam
“O cervo é um vento escuro”
Água estagnada
goteja para o nada
assola o céu coalhado
nuvens grávidas
Em meio a jardim púbico enlouqueço
falo em riste róseo
sêmica flor da palavra arde soa.
E os bárbaros chegaram ao meio-dia ímpio
depois de bordejarem a manhã ferida
aportaram com seus pinos na canícula
(que reverberava nos ásperos e metálicos olhares)
a Gerardo de Mello Mourão
Do acre umbral do matadouro (de olores escuros, pútridos)
ossos condecoram visitantes
(sedentos dos lumes curvos das estagnadas jugulares
Jazidas de súbito azul
às vésperas da rosa incerta
do amor escavei de teus olhos
amêndoas pardas
botim de abelhas