No fundo da mina improvável
diamante bruto que pulsa
como coração inocente.
No fundo da mina improvável
diamante bruto que pulsa
como coração inocente.
Há uma certa (ou incerta) confusão entre poema e poesia.
Silêncio da luz perpétua desperta túmulo
assalta pássaro melancólico ou metálico
sobre lápide (com duas fatais datas)
Existe um mosteiro lendário
(mítico, bento, alto
maior, mais leve e vivo que pássaro
Sou sorvo de pedra
aragem de abril sou
sol encoivarado
para céu de estanho
lua de basalto
ao poeta, peregrino da palavra
a Heráclito
Pasto de fogo oferece cinzas a pósteros.
Manás de fumo se elevam sobre maçãs cansadas.
Morte tropical é árida
Mas não brota do coração dos cardos.
Emergem das conchas, coivaras, espelhos
nas sepulturas equestres
ciprestes se esmeram
em balés prismáticos
Vi o som, o sino gotejante
(o pajem da ermida arrecadar olhos
para pajear o sal apocalíptico)