Branco e ébrio papel mancha da mácula
Culpa da tinta
Ósculo da pena na página
Lauda de aço (na alma) páramo de relva passam
Horas em caravana lassa
Eu fico a ver-lhe o fluxo velho
Trânsito frágil e eterno
Imprescritível cadavérico
Vago deserto ermo armado de aleluia e silêncio alto
Vácuo desperto inviolável destino (parco)
Da página em branco reluzindo
Fervor extinto escândalo
(que parca comemora
Com alvura).
(Carta a Verlaine Mallarmé:
vi-me obrigado a fazer em momentos de fome
ou para aquisição de ruinosas canoas
trabalhos úteis e eis tudo
o de que convém não falar)
(porque trabalhos úteis diminuem o poeta).