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(subsídios a seu (des)entendimento incorreto ou não)

Desvios a seu desenvolvimento normal.

                               Dê-lha claridade de irídio

                               ou forma de deutério

                               leitora absoluta!

 

  1. Não há (mínima) inspiração poética, há o arrebato vertiginoso (e inusitado, no meu caso vital, que pode ser exceção não confirmatória de regra nenhuma, que não há); há, sim, a vertigem da imagem (de inspiração muitas vezes irrespirável, criando no leitor grave quadro de asfixia literária, com sequelas esdrúxulas). Também não exige transpiração, logo não reivindica desodorizador (lógica). No meu caso pessoal, como ler VCA causa AVC, é passível de expiração. Do prazo e da página. E esse cometa (ou meteoro) de palavras, esse canhoneio exasperante de insignificados - impávidos, eméritos ou não, exaustivos levam fatalisticamente (ou trazem tontura e sideração a leitor inabitual) ao rompimento dos limites (inclusive da paciência leitora) da forma (de qualquer forma, embora).

 

  1. Há verdadeira (ou falsa, tanto faz) erupção de verbo, corrida de lava (ou larva) verbal, o que é algo induvidoso, difícil, inexemplar, capaz de fazer vomitar a náusea que ocupe o espírito leitor em tal emergência absoluta. É algo catódico, dissera uma leitora, que opera por osmose a causa (além de AVC) hiperdissolução eletrolítica da palavra.

 

  1. Minha poesia não é exemplar. Não é mesmo recomendável. Nem literal. Ou dada a leitura. Serve para ileituras incômodas. Não se deve arriscar então a lê-la. O que é difícil. Ler ou não ler? Ò Shakespeare redivivo! Porque não se encontra tal possível em qualquer (e nenhuma) livraria. Inclusive contém poema proibido para mulheres com menos de 60 anos.

 

  1. Quando a vertigem da palavra se apossa do espírito, a poesia muda de figura.

 

  1. É da contenção à desmesura o passo à poesia (vazia) absoluta. A borda desse abismo não tem corda, mas respira. É completa de tempo curvo. É irrespirável e improfícua. Sufoca leitores desavisados. Crédulos (e relativos). Leitores fáceis ela devora de um só gole de leitura. Qual filé mignon de mulher alta. Em especial, leitores cansativos. E pouco repugnantes. Que para melhor sanidade devem se manter afastado dessa tal de poesia absoluta. A um (ou dois) passo atrás da página (ou orelha de livro que a contenha ou incontenha). Ou seja, isto é: poesia absoluta (qualquer) é perigosa (embora inocente).

 

  1. Na minha (e mais de ninguém posto ter parco leitores – a maioria leitoras da FAMASUL), a vontade é zero. O ego degolo, logo. Não interessa à poesia absoluta a pobre razão que é prosaica. E mundana. Bursátil. Enfim, que leitores fáceis, vígeis, arcaicos mantenham distância, pois escrevo para seu total desconforto.

Murilo Gun

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