A mãe de Rimbaud, indagou do jovem poeta, assustada com as incompreensões que ele escrevia: o que você quis dizer, filho, num determinado poema?
Redarguiu o poeta súbito.
“Eu quis dizer o que está dito nele (no poema de sentido questionado pela mãe) literalmente e em todos os outros sentidos”, possíveis, impossíveis também, imaginários.
A interpretação inédita de VCA é que, quando Rimbaud proclama o desregramento de todos os sentidos, não se refere aos sentidos físicos, biológicos etc, mas aos sentidos inumeráveis de um mesmo poema, que não obedecem a quaisquer regras de exegese ou vontades hermenêuticas.
É a mesma ousadia que usei ao interpretar, no poema Havia uma pedra no meio do caminho, que havia uma perda, que Drummond substituiu por pedra a perda do primeiro filho de CDA.
Portanto, vige a Regra de Rimbaud: em poesia, exare o que queira dizer literalmente e em todos os outros possíveis e impossíveis sentidos, imaginários ou sim.