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Dom, Nov

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         Ainda homenageando o centenário do pai de VCA – Cláudio Corrêa de Araújo – avó de Cláudio Neto e Murilo GUN, eis dois poemas de Manuel Florentino Corrêa de Araújo. Um ano após a morte de Sinhá (sua esposa, aos 15 anos, do parto do pai de VCA). Outro soneto, 3 anos após.

 

Meiga amiga por quem choras

esses pranto tão sentido

e soltas de quando em quando

um tão pungente gemido?

 

Eu choro todos os dias

nessa hora que o sol esconde

com pena da companheira

que se foi, não sei pra onde.

 

E choro porque a amava

e a saudade faz gemer.

Tens tu pois um coração

que é capaz de amor conter?

  

SONETO

Há três anos, ò santa companheira

por entre tanta dor, tanta amargura

partiste e me deixaste a vida inteira

sem amor, sem conforto, sem ventura.

 

Eras tu, oh sublime criatura,

tão terna e minha amiga verdadeira

que um filho, imensa prova de ternura,

me deste na hora extrema e derradeira

 

vendo quem sem te ver não mais queria

viver e se quisesse não podia

deste-me o Cláudio e Cláudio deu-me a vida.

 

Que ao vê-lo, é teu retrato, vou te vendo.

E assim vejo que tu mesmo morrendo

inda olhavas por mim, pobre querida.  20.05.1918

                                                          

Murilo Gun

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