A distância oprime o sonho
incendeia desejo destroços do amor
as escórias da ira são prósperas
e as juras são de nojo ou ouro amaro
(que à severina vida assusta)
quando o engano ronda
como lobo insano.
É teu rosto céu de diamante
campina infinita o páramo da cútis
onde semearam turbilhão de lírios
abriste a tenda nômade e úmida
vergaste o sol (com o olhar)
e te aninhaste ao derredor (do falo)
morada fincaste no secreto recinto
da dor (que me devora ávida e pura)
e prisioneiro do olhar divido
entre Cilas e Caríbdes
entre ti e ti.
Bebi do púbis redondo
(a tragos largos e vasto odor) vendo
aves de viço dele brotar
na longa doçura
aspergias-me perfumes turvos
aromas corporais e maduros.
Amor é duro e golpeia
com vara de jacintos
e ramos de abelhas
com açoite de topázios
amor lanceia
e dos olhos se derramam
esmeraldas apenas
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