À luz de féretros calmos apodero-me
de uivos físseis pias volúpias
feridas púrpuras, vaticanos noturnos
memórias do charco argumentam contra o ego
idólatra ou vazio, grito lacustre rasga-me o íntimo
sou facínora murmúrio, elucubração fugitiva
anseio frágil dos sentidos estupra-me o lenho da alma
sonolentos fragmentos escuros de mim resgato
à luz pura dos féretros marrons (e calmos)
voluptuosos como adereços de prata do ultimo caixão.
Exumo-me (lírico anacoluto), urdo-me ático e ímpio
entre lamaçais e intrincados cipós sou
como desencantado poema máquina de alma
e pareço com lamento de inferno duradouro
mecanismo enfermo amontoando-se do espírito
desvitalizado e impune como uma maçã ou duas abelhas
enquanto a duração da abstração viger serei vital.
A infinito inferno dedico-me (e apalavro).
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