Frágeis sigilos elabora
em sua convulsa arquitetura
(que no silêncio flutua
aéreo labirinto
ou suspensa colmeia mortalha poliédrica).
Com tênues geometrias tenta
intestinas conquistas.
Em seus fusos conta
etérea história do mundo
aranha
celeuma de teia e chama.
Atena tecelã centrípeta
deposita topázios exatos
no véu iluso da vida.
Em louvor à lua aranhas
depõem ovos na rua
pérolas úmidas de olhar vândalo
alumínio lança composição salívica
entre metais e semanas seminais nuas
até que linho mortal coagule-se
ou macule caleidoscópios semestrais.
Que finais filosofias torvos sofismas
que sorvos de frios argumentos
salivam aranhas (do púlpito da mucosa)
com teses, fios, fusos (kantinianos)
e lentas metafisicas (que Heidegger mapeiou).
E pinças retóricas brandem
contra prolegômenos exangues
e nus anaxagóricos.
Tramas do abdome argumento das aranhas
que violentas e precisas amparam sua presas
com mandíbulas lentas quelíceras agrárias
e desvelos de saliva japonesa
e dentes sisos abertos em copas
a par de suas úmidas vitórias.
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