Aguçe o sal da alma, desalgeme
todo o espírito, libere Deus o poema
afie o sol da página, faça
sangue do verbo pulsar, implodir
como víbora ágil na veia da palavra poema
sobre patamares, câmaras escuras, áridas veias
lance nascentes, colha vertedouros (e ameixas sutis)
cântaros noturnos interrompa
com canções marítimas, abjure
velho marinheiro, espicace Neruda.
E atravesse os Andes valorosos.
Se aferre ao ácido da visão seus olhos abertos
de cósmica exatidão referende a alma.
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