Gólgota, lenho da dor, gerou a cruz
cujo destino era o Calvário ou o Amor?
Eis a última pedra, o sopro ósseo
o tremor pânico, o caos da dor
eis que se lança o escuro alicerce
do sepulcro da manhã
(e para sempre jaza a primavera sepultada).
A manhã morreu, grita o novo Pã:
estou vivo, se foram as manhãs
na eternidade enterrei-as (a todas
sem remorso ou exceção).
Envenenadas pela diva cicuta de Sócrates.
Noite eterna a barba de Pã cofia.
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