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Qui, Abr

destaques
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É preciso bosquejar, flagrar logo um caráter supérfluo e redundante desta dita revista PJ. Que anela hostilidade ao bem estático estabelecimento poético brasileiro satisfeito e equilibrado (em quê porquê?).

É necessário flagrantear dois caráteres de PÊJOTA. Um que prima pela incoerência positiva (quer ser azarosa não legendária, promíscua, não deletéria). Outro: é um revista sem fé na poesia atual.

                É como o bem disse Jodeval Duarte: provocadora. Pura provocação sem outra qualidade clara (ou escusa). Publicação de tal índole – quebradora de paradigmas seculares, não existe(ria).

                Como as coisas, hoje, prescindem de explicações maiores (e no caso não há causa para tal) adito alguma razão explícita (ou não) no que concirna à existência (improbabilíssima) da revista PJ: é a mudança, o câmbio, a volúpia, o arrojo da era, algo novo (e velho dialético), o outro lado das coisas cansadas de fa(u)ce única. Busca-se a outro face (diva, porque não). A certeza real é a mudança do ponto de vista. Não há única resposta certa (antecipável, própria da tal esperança ser o que se espera), mas vária resposta certa (e algumas na ordem terceira mais certa que as primárias). É o caso de PJ.

  1. Primo pela sacra inutilidade absoluta da poesia. (Por isso, só por isso, chamo-a Poesia Absoluta). Pois não é relativa a nada útil (o que detesto: essa utilidade automática e esplendorosa – ou soberba e orgulhosa, das coisas - tudo com prévia e exata data de vencimento da utilidade).

                Apenas acima do pálido (e circunscrito, embora bem aplicado) conhecimento humano, paira a inútil e vital poesia.

                PJ é revista clandestina (porém opulenta) e mexicana, pois devo a Fundo de Cultura Econômica o material dela que armazenei formigamente por 20 anos, olho nos catálogos, revista Gaceta, reembolso postal, cheque, etc).

                Revista de excesso piores. E de nadas melhores, em alguma palavra. Recalco. É revista inexistente mas suficiente. Para desvestir, desvirtuar, devassar, desmoralizar as outras.

                Como é feita de papel jornal (pobre pequeno burguês proletário desqualificado, embora ainda não descortexizado - ou como Osman Holanda sugeriu: fazer o papel da revista de bosta de boi que contém grande potencial de celulose e é desperdiçada). Portanto, sua existência (de PJ) revista está em choque (mas ela é chique). É de uma desconformidade formosa PJ, disse alguém. Ou apenas iluminação infecunda (digo eu). Talvez sim, talvez sim.

Murilo Gun

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