De trêmulos espelhos feito o mundo
vida, de apanágios escuros
tempo, de sal e do líquor do trânsito
flores, de vidros do céu.
Pela relva dos lábios amados circules
entregue aos demônios do corpo todos
à estremadura dos desejos... no gozo
(líquido ou não) está a ressurreição da carne.
É unânime sentir o outro em si.
Morrer d’amores poliédricos e escassos.
Quando oro a uma racha num coito
percorro, percorro, percorro
toda a geografia do ventre, pois
sei que ao sul dele está meu porto.
A uma ilha de insolitude irei
me desmorrer quando a hora soar
como um sino surdo ou a luz
gorar nos meus olhos onde boiam
verdes desejos ainda.