Poesia é para olhos. Reais. Vivos.
A palavra se oferece calada (e íntegra)
despertando do branco da lauda
ouvidos não leem olhos escritos.
(Se ouvidos há são os do mundo).
O olho interior é surdo.
Ao ver-se formas e cores (sonoras) no quadro
as ouvimos como se fossem palavras
desferidas dos lábios de uma luz plástica
desferidas com sílabas de uma abelha abaulada.