Phlebas alto como um voo
ou ruína crescente (em queda rubra)
hierático e escuro
abjeto grito lança
contra o silêncio do muro.
(Sabe que a gávea é das gaivotas
e o uivo ermo marítimo ecoa num epinício de pássaro).
Alguém olha o barlavento
o céu contempla o cais agnóstico
o oco coração do homem
anjo não vigia
e a baía de sede onde
a alma ébria está sepulta
ainda rumoreja
ecos do dilúvio ainda a cortejam
áridos golfos (e labirínticas águas) a espreitam.
II
Ossos que murmuram ainda
quando no poema o tempo se esgueira
(como gato no telhado noturno)
ostentam o esqueleto de Pátroclo
a canela fulminante de Aquiles
e a nômade astúcia de Ulisses
que ósseo Homero justifica
(e o ostracismo da hora não fratura).
Obscuros salários da alma
desalmados sóis dos olhos
não decifram o nome
nem mais iluminam o rosto de Phlebas.