Abaixo tédio
do homogêneo
e enfado
das geometrias.
Abaixo alegria
dos objetos díspares
e nojo
das homenagens torpes.
Abaixo odor
das dálias amarelas
e enjoo
das formas sinceras.
Abaixo apólogo
das ortodoxias pétreas
dos conciliábulos curdos
e pupila dos equilibristas semestrais.
Abaixo cristais insolentes
e eneágonos astutos.
Abaixo ciências do fútil
e atos maledicentes.
Abaixo as labaredas do lodo
e espúrios pistilos da lapela.
Abaixo corola das hecatombes
e rosa úmida dos esgotos.
Abaixo o insosso
discurso dos burocratas
e o mito
das falas democráticas.
Abaixo cálice iluso e custo
das utopias. Abaixo álacre
sorrir das panteras e fêmur
de marfim da estátua da liberdade.
Abaixo ira
dos gestos autoritários
e a cega arquitetura títere
do verbo tecnocrático.
Abaixo abdome
das bestas triunfantes
e ventre mofado
das alcatifas caras.
Abaixo dúbia
geografia do ódio
e indadivosa
atitude dos déspotas.
Abaixo lombos
do absurdo
e tímpanos
dos labirintos.
Abaixo o pão
oferecido
e o circo
infinito.