Creio em geometrias moribundas
esculturas de sarças fumegando
ladainhas de urze sarracena
creio em ditame de baunilha, rima de abelha
luz de centelha, treva de cambraia
e nos esboços avariados do futuro
que veias tramaram em concluio com orquídeas
creio nos incêndios das perdizes
nos urdumes de cimento, nos concrizes
(que ao páramo salmodiam com suas canções vivas)
creio nas piras de trapo do duodeno
na coivara que excita a azáfama
no báratro e na pátina
na catábase e no trabuco
creio no lampejo do nojo e na adaga da morte do ventre.