Cria-se um círculo vicioso quando se produz poesia ultrapassada (há muito) com ranço parnasiano vício anacrônico porque leitor brasileiro (não leitora) em geral – particularmente, não está adaptado à poesia moderna.
É necessário mudar isso, esse estado de coisas literário, criar novo público (como o da FAMASUL), prepará-lo desde os 10, 12 anos em diante, nas escolas e nas ruas. E também formar leitor médio, via jornais, debates literários, publicação de poemas-poema (que sejam expressão avançada da modernidade poética – e do tempo que avança qualitativamente).
Se a poesia é treinada, tem consciência da forma moderna (vigente no cosmo humano desde começos do século XX) de expressão literária, não se choca ou reage com a ‘’maneira moderna’’ de dizer o poema, ocorre uma recepção inconsciente, básica, nevral, da poesia, êxtase quase físico que se transmuta em catarse ou prazer estético como terapia da alma (por dentro), seja tipo propedêutica ou profilática centrípeta do espírito.
A maior consciência é a de que as ideias expressas no poema são contingentes, apenas um dos traços superficiais da obra.
