Te dôo as mãos e os frutos
na embriagada noite da desmemória
em que ardeu o desejo outrora
te espero sem temor.
As pálpebras estão maduras
os anos encaneceram.
Fulgura o escrínio das horas
sobre móveis velhos tomba lágrima antiga.
O escárnio morreu.
Fincou-se semente de solidão na noite.
Resta o teu corpo
porto de romãs
cave de alegria
poço de estrelas desesperadas.
Resta também a noite fria.