Inebria o corpo vertigem, néctar alto do meio-dia
nácar noturno aplaude o olhar dourado da luaAs sílabas da tristeza não aprendi todas ainda
Sais do verão, rupturas, cansaços da alma
combustíveis lunares, desencantos e o sonho
tudo se dissolve numa lágrima
Amo manhã incineradas e abismos
amo estertor e náusea
amo os desesperados, corações ermos, caminhos fechados
Ancoro em portos arcaicos
barco ébrio busco cais naufragados
lanço a praias carnívoras meu nome
talhado a ventanias numa quilha abandonada
A dumbro brado, sol calcinado
Tendas nômades me despem a sede
luas beduínas meu rosto abandonado
Ossos de dezembro sobraram
em meus braços noturnos.