Tenho coração escuro
Meu olhar úmido porto de trevaA face aos urros expor
Poema eterno é efêmero
Nunca serei poeta verdadeiro
Os disfarces da poesia não me permitem
Não passa por dois semáforos minha aerofagia
e o coração dispara sob ímpeto
de estábulo do esterno
Sou poeta perdido, extraviei-me
na viagem em torno de mim mesmo
(ou no périplo em busca do meu outro)
Piscinas trêmulas
Assoberbadas de sombras e águas húngaras.