Garanhuns é uma cidade mítica.
Atenas nordestina. Elêusis elevada. Cintra das alturas.
Évora devoradora. Sevilha de abelha.
Passado cafeicultor. Terra da ave, capitel do elemento ar.
Tudo porque Garanhuns é elegante agitando do pódio
amplo do planalto bandeira da liberdade cultural
bastão da verdade diversa, flauta que modula
coro das esferas por arautos da canção maior soprada.
Desse cume excelso advém o infinito.
Do Recife o mar ora a Garanhuns.
Mas esta cidade tão alta
é potentemente grata
a quem a elevou no omoplata atlas de seu povo.
A Simôa Gomes e Luis Jardim
que esclarecem o passado das sete colinas.
A João Marques, Manoel Neto Teixeira, Osman Holanda
Jodeval Duarte e Luzinette Laporte que são o presente forte.
A essa juventude pujante, representada por Osman Holanda
Segundo, que é o futuro pronto a apontar da quilha da montanha.
Garanhuns é possivelmente agrária.
E possivelmente inúmera. Porque é amada.
Por pássaros e homens.
Pelas rosas e filhos que a habitam e compõem.
E pelos estrangeiros, como eu, que tenho o hábito dela.
Garanhuns não peca por esperar
o futuro.
Futuro a ela destinado como parca ou perfume.
A Garanhuns das rosas mitológicas, horárias e reais
servis a nossas ávidas narinas.
É a esta Garanhuns idônea e alpina (e alta como pássaro)
adversária do pequeno, amante do que venha de amor e vida
que saudamos com a candura e a esperança dessa ode.
Garanhuns das festas dos invernos e das literaturas.
Dos verões de arte e prazeres gerais dedicamos
apreço e mor admiração.
Cidade da beleza principal das ruas.
Dos relógios de sol equilátero. Do rumor
de suas fortunas do frio. E garoas elegantes garotas.
Garanhuns que monitora o há de vir.
Para quem tudo é advento. Para quem o futuro é grato.
E sereno. Como as raízes do páramo
de que ela se impregna
para ser a mais alta e intelectual
das cidades cultas de Pernambuco.